As espécies do gênero Kogia possuem duas características que podem deixá-las mais suscetíveis aos impactos da pesquisa sísmica:
No livro “IBAMA e Indústria de Pesquisa Sísmica: em busca do conhecimento e sustentabilidade através do licenciamento ambiental” foi relatado que no dia 09 de novembro de 2017 um exemplar adulto da espécie cachalote-pigmeu (Kogia breviceps) encalhou vivo na praia de Melancias, município de Icapuí/CE.
O animal veio a óbito aproximadamente 15 minutos depois da chegada da equipe de campo e a carcaça foi levada para o Centro de Reabilitação de Mamíferos Aquáticos – CRMM/AQUASIS, onde foi submetida a exame necroscópico.
O resultados dos exames sugeriram dano acústico ou relacionado à pressão como uma das causas primárias de adoecimento e posterior encalhe.
No dia 08 de Novembro de 2017, um dia antes deste encalhe, foram iniciados os testes de canhão para um novo projeto sísmico na bacia Potiguar do Ceará, que abrange a costa dos municípios entre Fortaleza e Rio Grande do Norte, incluindo Icapuí- CE.
Diante desses fatos, o intuito deste post é levantar duas reflexões:
Nossa responsabilidade como Operadores PAM. Por isso estamos compartilhando esse vídeo da espécie Phocena (por não termos uma gravação de Kogia) que também é uma espécie de alta frequência, para nos atentarmos ao nosso espectrograma HF (High Frequency) durante o monitoramento de mitigação na atividade sísmica.
Não temos total controle do impacto que a atividade sísmica pode causar a esses animais, mesmo seguindo o Guia do Ibama (2018), tornando-se importante a reflexão sobre o que tem sido feito após registros de casos como esse.
Pensando nisso, a Biosonar está iniciando a orientação de um projeto de iniciação científica, com o objetivo de fazer um levantamento de encalhes de Kogia na costa brasileira e investigar a possível relação com a atividade sísmica.